Boas meus queridos e queridas leitoras, cá estamos no mês do
calor abafante e das tormentas em sequência. As famosas Águas de março vem
fechando, inundando e carregando rio abaixo o verão. A falta de planejamento e
ações para o alívio das consequências das chuvas consegue me deixar bem
irritado.
Foi um rio que passou
em minha vida...
Não sei se vocês partilham da opinião, mas me deixa
profundamente irritado que, em pleno século XXI, sejamos dificultados de fazer
coisas triviais como trabalhar devido à questões climáticas. Com a tecnologia
avançando a passo de leopardo, é no mínimo estarrecedor perceber que numa
cidade grande, antiga capital federal e sede de grandes eventos não exista um
bom programa de escoamento de águas pluviais. Sim meus caros, a natureza manda
a aguaceira e a bela cidade não tem formas de escoá-la. Experimente entupir o
ralo da pia da cozinha e deixar a torneira aberta no máximo, por meia hora.
Quando você voltar pra sua cozinha terá a mesma sensação que tive na última
tormenta braba, há uma semana. Fui olhar a minha janela e senti como se a rua
tivesse virado uma enorme corredeira e o mergulhão Clara Nunes (Vulgo mergulhão
do Campinho) uma enorme lagoa. Engraçado que a obra é recente, estava todo
mundo crente que a prefeitura pensou no escoamento das águas da chuva, mas tudo
era engano. Quem me conhece e acompanhou as obras da Transcarioca de perto (na
altura da Rua Domingos Lopes) sabe da minha opinião sobre a total falta de
planejamento e competência para fazer um serviço bem feito. Ou eles acreditavam
que um corregozinho daria conta do volume das chuvas do Rio de Janeiro???
O fato todo é que a rua em que moro se tornou uma pequena
Veneza e tive a sensação de estar ilhado, nossa como é divertido se sentir
assim!!!!! Vocês logo pensaram, “mas afinal isso aconteceu só aí?” E eu
respondo que não! E isso me deixa mais irritado ainda. Como uma cidade que se
pretende grande, desenvolvida, inaugurando museu sofisticado ainda não consegui
dar conta do Oceano Praça da Bandeira? Aquilo lá enche desde o tempo que a
minha avó era virgem e brincava de pique bandeirinha, e até hoje nada de
solução. Pra piorar a prefeitura ameaça a continuidade das leeeentas obras de
drenagem por conta da perda dos royalties da exploração do petróleo (tudo agora
vai ser colocado na conta dos royalties).
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Início do Mergulhão do Campinho, na última enchente. Vou comprar um jet ski |
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Essa é a portaria do meu prédio, que tal uma pescaria?! |
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Um problema histórico |
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E atual! |
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E tremendamente assustador |
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Solução?! Tomara que consigam fazer em... em... 25 anos... |
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A melhor solução, enquanto... |
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Fizerem isso e... |
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Formos governados por eles... |
Mas só o governo leva
sarrafo na peida?
Não e não! Acho que já está bem clara as responsabilidades
de todos na questão dos alagamentos. A rua lateral do meu prédio virou uma
corredeira que arrastava muito lixo, tranqueira jogada de janela de carro, por
pedestre, enfim todo tipo de porcaria que os porcalhões jogam no chão. Não existe
sistema de ralo que funcione bem com a quantidade de dejetos jogados de forma a
entupi-los. Parte das ações, meus amiguinhos, depende do semancol da galera. Me
dá vontade de dar um pescotapa quando vejo mulher, criança, velho e qualquer um
que ande em duas patas e use calças jogando saco de biscoito no chão. Não só
isso, vai chiclete, garrafa pet, a mãe (não, essa não é jogada, mas deveria ela
e o pai porque não educaram seus monstrinhos direito!), enfim tudo aquilo que
estiver à mão (menos dinheiro, que pena!). Se vocês virem minha mochila se
sentirão dentro de uma lixeira de sala de aula, tudo que consumo vou despejando
nela, pra depois esvaziar em casa. Acho que esse é o caminho (pra evitar a
famosa desculpa de que não tem cesto na rua!) mais legal para diminuir a quantidade
de lixo na rua. Agora só não repitam meu erro e esvaziem as bolsas quando
chegar em casa, porque eu vou acumulando e acumulando e quando vou ver tem
quase um quilo só de porcaria na mochila (já perdi dinheiro lá dentro). E mais,
jogar lixo no chão não justifica o emprego do gari, este é pago para manutenção
e não pra ficar catando suas porcarias no chão, seus imundos. Agora se querem
justificar o emprego de alguém que tal se matarem e garantirem o emprego do
coveiro?
A administração
pública também tem sua parte...
Os porcalhões tem sua parcela nas enchentes, mas a falta de
planejamento e ação por parte do Poder Público também tem contribuição na
situação das enchentes. A tal da obra dos piscinões na Praça da Bandeira não
andam como deveriam (como qualquer obra pública). Na minha rua, a prefeitura
correu pra inaugurar por conta da campanha municipal e o escoamento das águas
das chuvas foi feito de qualquer jeito, um horror só. Quando não tem a enchente
completa ficam uns bolsões de água por conta do caimento pro ralo ser mal
feito. Falta de capricho total, nem parece que pagamos engenheiros pra fazer
isso, antes deixasse com meninos de 8ª série, talvez fizessem melhor. E também
penso que uma cidade com tanta área cimentada, concretada também não dará conta
das enchentes. Essa impermeabilização artificial impede que a natureza exerça
uma de suas etapas, a absorção de água. Áreas verdes podem contribuir e muito,
afinal a terra dá conta da água a mais das chuvas e essa ainda serve para
hidratação das plantas, para outros animais, enfim. Com tudo cimentado a água
corre, cai nas galerias e acaba virando esgoto. Formas de aproveitar essa água
de chuva seria um caminho interessante no combate ao impacto das enchentes.
Eu tive um sonho, vou
lhe contar, eu me atirava na rua que era mar...
Infelizmente grandes ações ou novas atitudes não podem ser
esperadas de imediato. Por enquanto o que nos basta é sempre olhar pro céu
nessas épocas de fortes tormentas e evitar sair pra muito longe, se for
possível. Caso peguem enchente na rua, procurem lugar mais alto e sem botar a
mão em poste, árvore, porque podem cair fios por conta do vento. Não se
desesperem e aguardem a água baixar.
Agora eu proponho uma solução mais divertida, juntem toda
madeira que puderem e peguem o projeto da arca de Noé na bíblia. Em alguns
côvados estarão protegidos e poderão chegar a qualquer lugar, inclusive na
Praça da Bandeira, Tijuca e o Mergulhão do Campinho. Esqueçam a parte de
colocar animais e façam uma lotada, cobrando R$2,50 a passagem, vai bombar
galera!!!!!
E convido a todos a ouvirem a estreia do programa Opiniões
Felipinas, a partir das 19h. Tudo isso na nossa rádio, não deixem de
sintonizar!
Beijão, boa semana e bom banho de chuva!
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